Amor à Vida tem estreia regular


Nova trama das 9 estreia marcada por acontecimentos atropelados e atuações caricatas.

Depois do maior fracasso do horário nobre com uma trama em que as coisas pareciam se arrastar, Amor à Vida parece querer investir na correria. Mas há um diferença absurda entre ritmo acelerado e ritmo corrido e infelizmente o que vimos nesse primeiro capitulo foi o segundo.

Sem dar tempo para o espectador se importar com os personagens, a trama de Walcyr Carrasco apresentou seu principais personagens em uma correria sem fim. Foi na correria que conhecemos Paloma (Paola Oliveira), protagonista da trama que descobre ser adotada, decide virar "hippie", vive uma breve história de amor e decide deixar de ser "hippie" quando o dinheiro acaba e descobre uma gravidez indesejada, voltando correndo para o colo dos pais que abandonou. Ficou meio difícil se envolver nesse amor que pouco vimos e que não durou nem um episódio (já que o príncipe "hippie" já voltou a ser um sapo). Mas quem mais sofreu com o ritmo do episódio foi certamente o núcleo Bruno (Malvino Salvador). Sua trama merecia um maior desenvolvimento antes da grande tragédia de sua vida. Uma cena que podia ser épica tornou-se comum por falta de envolvimento com os personagens, afinal, tínhamos visto Luana (Gabriela Duarte, fazendo uma figurante de luxo)  por uns dois minutos antes da mesma morrer dando a luz a uma criança já morta. A sorte é que o acontecimento é forte o suficiente para despertar a simpatia do público com relação a Bruno, mas não deixa de ser uma grande mancada dos envolvidos ter deixado uma cena tão forte ser tão apática.

Vale ressaltar também alguns absurdos vistos no episódio, como Paloma escondendo uma barriga daquele tamanho de seus pais, que por acaso são médicos (vividos por Antonio Fagundes e Susana Vieira), ou a reação dos médicos ao descobrirem que Luana está tendo uma parada cardíaca: "Gente o coração da mulher tá pifando, bora fazer uma pausa dramática e tentar lembrar do que é para fazer nessas situações".

E não tem como comentar sobre a novela sem falar de seu grande destaque, para o bem ou para o mal, Mateus Solano tem a novela em suas mãos. Com comentários ácidos e planos maléficos, Félix foi o grande movimentador de jogo nesse primeiro episódio, armando todos os passos para que sua irmã sumisse e assim ele herdasse toda a fortuna dos pais. Félix é um vilão clássico, ambicioso, debochado e invejoso, prato cheio para ser um personagem que amamos odiar. Agora, achei que o Solano pesou extremamente a mão na construção do personagem, já que o mesmo soa afetadíssimo em todas as cenas, mas vamos ver como vão desenvolver tudo nos próximos episódios. E falando em atuação, preciso dizer que as impressões nesse quesito não foram nada boas, Paola surgiu regular, enquanto Susana Vieira parecia apenas ler suas falas em diversas cenas, assim como a médica vivida por Leona Cavalli (essa além de tudo parecia extremamente perdida em seu meio).

O capitulo terminou com o grande "pontapé inicial" da trama, Félix abandonado a filha de sua irmã adotada no lixo e esta sendo encontrada por Bruno. A trama tem tudo para elevar a audiência derrubada por Salve Jorge, mas tem que tomar cuidado com esse ritmo confuso ou as coisas podem ficar feias.

P.S.1: A abertura da novela é até bonita, mas a música do Daniel foi uma péssima escolha. Além de chata, não casa com a abertura.

P.S.2: A trama marcou em seu primeiro capitulo 34.6 pontos de média, vamos ver se consegue elevar esses números durante a semana.


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