[REVIEW] Revenge – 2x19 – Identity




Por João Paulo Reis (@joaopaulodreis)



O episódio que tanto fora anunciado pela ABC chegou para revelar a identidade do falado Falcon, hacker que ajudou os Grayson em diversas falcatruas na empresa.  Meu medo quando há poucos episódios o nome Falcon foi citado era que a equipe de roteiristas da série não conseguisse fechar o arco, e deixasse pontas soltas como aconteceu na primeira temporada, onde várias perguntas ficaram sem respostas. Sem respostas os telespectadores não ficaram, mas foram satisfatórias?

Como já é de praxe, o episódio contou com um evento para reunir praticamente todo o elenco e isso não é ruim, me agrada o fato de acontecer quando como em Identity intercala todos os enredos com diferentes pesos dramáticos. O aborto que Victoria fez aos 16 anos ganhou destaque porque por ironia Conrad resolveu adotar a “transparência” em sua campanha eleitoral. Victoria já mostrou que é uma mulher extremamente emocional que se contém para parecer forte (ou sê-lo). Por esse momento conseguimos entender que a paixão que ela nutre pelos filhos é embasada num sentimento de culpa por ter abandonado seu primogênito na primeira oportunidade que viu para tentar ascender na vida.
Mas espera, como Victoria aos 16 anos foi para a faculdade de artes sem concluir o ensino médio? Porque não é comum (sobretudo nos EUA) terminar o High School com essa idade.  A boa parte desse plot aparentemente bobo e novelesco é que Mike Kelley conseguiu amarrar algo decente sobre a personagem com a primeira temporada, afinal não dá pra esquecer que além de amante das artes, Vicky ex-Harper também seu amante pintor né? E quando a maior vergonha da vida da mulher mais poderosa dos Hamptons vai a tona via satélite em rede nacional, o que ela faz? Se levanta do sofá elegantemente e vai procurar um hacker para ajudá-la a encontrar seu filho perdido.

Por falar em Grayson, vamos à filha rebelde. Sim, porque Charlotte se alterna entre o temperamento meigo e rebelde. Quem puder assistir à primeira temporada na Globo (com SAP e Closed Caption ligados por favor) ou nas maratonas dominicais do Sony façam isso e percebam: a garota episódio sim episódio não teve embates com os pais, e em Identity com toda sua vulnerabilidade se deixou levar por Regina e sua identificação com o drama vivido pelo irmão da moça. Charlotte é o tipo de personagem que a gente gosta, tem pena por ela ver sua família sempre envolvida em escândalos, mas suas atitudes sempre levadas pela emoção e imaturidade faz com que passemos a não compreendê-la bem. Eu não consigo enxergar para ela uma importância na terceira temporada, a menos que a própria vire o jogo, e no momento em que Conrad vença as eleições seja ela a principal pedra no sapato na imagem pública da família, porque como ela mesma disse, ela é a filha que os pais tentam esconder.



Desculpe Jack, mas você não me convenceu tentando ser esperto ao fotografar o Conrad com a Nan Flanagan esposa do governador, e Ashley que estava  meio sumida da temporada, voltou a ter uma função, e não duvido que ela passe a perna em Conrad e Jack ao mesmo tempo, porque bitch boa é bitch que finge de amiga, busca café, oferece apoio e depois diz que não estava agindo em lado nenhum, só o seu próprio.

Sobre a presença de Takeda (a cada vez que olho para o ator entendo menos a escolha dele para viver o mestre da vingança), a impressão que tenho é que retornou apenas para reforçar que Aiden precisa sair de cena para Emily manter sua vingança mais emocional.



E Falcon? Foi bom ver um plot fechado mesmo que de forma boba ficando no ar a impressão de que foi fácil demais e que Nolan Leslie Ross (Lorde Zolton) poderia ter feito isso há muito mais tempo. Recapitulando: Edith Lee era um gênio da informática contratada precocemente pela Global Grayson para implementar a rede da empresa, e quando precisaram de evidências falsas para incriminar David, recorreram à ela, e assim nasceu seu apelido hacker. Foi ainda a moça quem plantou provas que fizeram Nolan ser interrogado pelo assassinato de Padma, passando 20 horas na cadeia. Infelizmente só o ego, não explica o fato de alguém entrar numa disputa de Street Fighter num fliperama que (pasmem) existe desde os anos 80. Pior: sendo a hacker mais foda do mundo, ela foi bem inocente em não perceber o tal programa fantasma no pen drive que Nolan a entregou.

Pra finalizar, o quadrado Emily-Aiden-Daniel-Jack deve ganhar novos contornos de drama já que a vingadora voltou ao seu objetivo inicial com o aval do atual (e verdadeiro) namorado ao aceitar o pedido de noivado de Daniel.

PS: O tablet de Victoria surgiu na penteadeira?
PS 2: Quero Emily fazendo tramóias tecnológicas junto comigo, porque ela sabe olhar o IP de um ipad em 2 segundos numa sala cheia de gente, sem que ninguém desconfie.

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