Por João Paulo Reis (@joaopaulodreis)
Após um longo e pavoroso inverno (maior que o inverno de "Game Of Thrones") eis me aqui para começar mais uma fall
season com vocês a todo vapor e embora ontem tenha sido a noite do Emmy,
chegava ao fim uma das séries que já foi sucesso de público e crítica: "Dexter".
A história do inspetor forense
que era também assassino se encerrou em sua oitava temporada, já sem muita
história pra contar, já que por pelo menos 3 temporadas a série pareceu se
repetir e se prolongar.
Se você ainda não assistiu
recomendo parar por aqui para não levar spoilers.
O episódio “Remember the Monsters?”
começou fazendo um resumão dos fatos para nos levar até o momento onde Dexter
iria embarcar com Harrison e Hannah rumo à Argentina deixando pra trás toda a
vida que construiu, seu histórico como assassino e sofrimento deixado pelo
caminho para então recomeçar ao lado da mulher que amava, mas ele foi impedido
por um telefone avisando que sua irmã havia sido baleada por Saxon, justamente
o homem que ele preferiu não matar.
Particularmente não acreditei no
que meus olhos viam, e me perguntei a todo momento onde estava aquela série que
eu aprendi a gostar, e a resposta foi: Ela estava ali, infelizmente
enfraquecida pelo tempo.
Não haviam mais os primeiros
sinais do Dexter que conhecemos, não havia mais Dark Passenger, não havia mais as visões de Dexter com sua
consciência em forma de seu pai, e claro
não havia a possibilidade de um final feliz para o protagonista. Muitos
torceram por sua morte, muitos torceram para que ele pudesse pagar pelos seus
crimes, e o series finale foi
conduzido a nos fazer acreditar que em algum momento ele se entregaria.
Me pareceu bobo, terem jogado mais
de 30% da ação do episódio em cima de Hannah, uma personagem cujo único feito
na história foi ter feito Dexter perceber ser um psicopata diferente sem ausência
de sentimentos. Sua fuga, sua cara de mocinha desprotegida, nada disso
convenceu.
Nem Saxon como o grande vilão da
temporada, algumas de suas cenas na finale pareciam extremamente didáticas ou previsíveis.
Entendo (e muito) os produtores
usarem Debra como alicerce dramático do episódio, afinal ela era a razão da
série, a personagem mais querida pelo público, então era natural torcer pelo
seu sucesso, e se apavorar com sua possível morte. E não é a primeira vez que
digo isso, mas Jennifer Carpenter sim merecia um Emmy por sua atuação, já que
ela desde a temporada passada tem feito verdadeiros milagres com o texto que
lhe era entregue. A morte de Debra representou a morte do protagonista, já que
ela era o único elo com o passado, o único elo com aquele que Dexter aprendeu a
ser. Dexter demonstrou a frieza de um assassino ao desligar os aparelhos da
irmã mas um gesto de extrema sabedoria e sim uma cena verdadeiramente
emocionante no episódio. Ao abdicar de sua vida, de seu emprego, ele percebeu
que era ele a desgraça na vida de todos os que amou. E sim, ele amou.
Ele amou Harrison (pai), ele amou Rita, ele amou Debra, ele amou Harrison (filho), ele amou Hannah. Os dois últimos ele preferiu proteger de si mesmo, para que não tivessem o mesmo fim dos demais.
Ele amou Harrison (pai), ele amou Rita, ele amou Debra, ele amou Harrison (filho), ele amou Hannah. Os dois últimos ele preferiu proteger de si mesmo, para que não tivessem o mesmo fim dos demais.
E quanto ao final? Um final vago,
sem resolução de conflitos de outros personagens (Angel e sua aposentadoria,
Quinn, Masuka e sua filha) aberto a interpretações, e sim, que (se Deus quiser
não) pode ser revisitado a qualquer momento.
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