[REVIEW] Revenge – 2x21/22 – Truth

Por João Paulo Reis (@joaopaulodreis)




“I,m Amanda Clarke” – Emily Thorne

Após uma temporada, confusa cheia de altos e baixos (mais baixos que altos) chega ao final mais um ano de Revenge. Compreendo exatamente o que o criador da série Mike Kelley sentiu ao abandonar seu projeto. Ele queria dar uma sobrevida à sua trama com temporadas mais curtas, mas a emissora preferiu privilegiar o grande número de episódios em detrimento da qualidade. O episódio duplo seguiu o ritmo da temporada, alternando entre momentos de tensão e momentos sonolentos, e no final das contas deu a sensação de que tudo foi corrido demais.

E já que a ordem parece ser recomeçar, nada melhor que reparar as arestas tentando evitar pontas soltas (#Fail). Começamos com o Carrion entrando em ação e gerando um blackout em toda Nova Iorque, levando as pessoas ao pânico, que como já era sabido, é a forma como a iniciativa obtém lucro. Emily estava certa ao prever que a tal organização faria de Aiden um novo David Clarke tentando incriminá-lo, já que os ataques hackers começaram exatamente onde ele havia comprado empresas a pedido de Helen Crowley.

Desde que comecei a fazer reviews da série fico impressionado com a ingenuidade do Jack. Ele é o tipo de sujeito que de tão bom se torna bobo e quando tenta ser esperto acaba se atrapalhando todo. Por que ele achou que pudesse confiar em Victoria contando sobre o notebook que conteria provas contra Conrad no caso David Clarke? Só pra constar, mesmo Vicky sendo apaixonada por ele, não a impediu de tramar contra o amado, por que então ela faria algo para tentar reparar isso depois de anos?

E Takeda, quem diria, tinha sua própria vingança particular contra a iniciativa devido à sua noiva que morreu no vôo 197. Mas aqui a morte do professor de Emily se torna bem mais que uma porta para vingança e sim a possibilidade de fazer a nossa mocinha sentir novamente, mostrar que além de bravura, possui um coração. Revenge quer conquistar o público novamente com sua protagonista passional e isso não é ruim, assim como devolver a Nolan sua importância perdida.



Long Live to David Clarke: Conrad queria que a tragédia acontecesse para virar a eleição a seu favor, estar no lugar certo e na hora certo para ajudar a salvar pessoas (sendo que não tinham mais funcionários no prédio, apenas Jack era pra estar) e mostrar seu espírito solidário perante as câmeras. A sequência foi bem produzida e uma das melhores que já vi na série, justamente porque criar uma atmosfera de caos com direito a centenas de figurantes não é algo simples para uma série que dispõe dos recursos de Revenge.

Charlotte está sempre tão envolvida em plots imbecis que fico sem saber pra onde a história da moça vai correr durante a terceira temporada. Após seu momento Britney + Paris Hilton, badalando pela high society nova-iorquina, ela volta a seu estágio de fragilidade constante agora grávida. Tento imaginar como ela ficará ainda mais vulnerável sem Declan, seu porto seguro.

Tivemos novamente uma pequena sessão de diálogos Victoria versus Emily (a onipresente) “Como é triste pra você Victoria, dos seus três filhos, os dois que você quis reconhecer não querem nada com você, essa é a verdade”. KNOCKOUT!

Foi chato ver Aiden e Daniel trocando socos a cada encontro, pareciam duas crianças. Se Daniel fosse minimamente inteligente como seu pai ele tentaria no mínimo pesquisar as entrelinhas na frase de Aiden: “Cada gota de sangue que a iniciativa derramou também está nas mãos dos Grayson, você sabe disso. O quanto antes começar a pagar, será melhor para todos incluindo a para a mulher que você diz amar.



Num episódio chamado Truth não poderiam faltar verdades. A série sempre foi (creio que depois de Dallas) uma referência em personagens sambarem na cara dos outros, mas dessa vez resolveram sambar na nossa cara querido telespectador. A iniciativa que tanto odiamos porque tirava o foco do enredo principal, simplesmente não existe (a partir desse momento entendi a escolha de um episódio duplo), e foi inventada por Conrad e um grupo de empresários experientes e maliciosos para obter lucro de tempos em tempos em cima do medo das pessoas, com a única explicação que as pessoas gastam (e investem) mais quando sentem medo. Confesso que após a saída do criador da série, essa foi (mesmo com os furos) uma grande justificativa para dar fim a uma trama que ninguém gostaria que sequer existisse. E essa verdade veio como uma bomba para Victoria, que na primeira oportunidade pediu para que Jack a matasse. Victoria está longe de ser uma mártir, mas foi explorada pela mãe, abusada pelo namorado da mãe, engravidou dele, precisou abandonar o filho, se casou com um homem, se apaixonou por outro e foi contra o homem que amava por medo de uma organização criminosa que no final das contas nem existia, vive em função dos filhos que só desprezam a mediocridade que ela lhes representa, e tanto Emily como Jack conseguiram acertar o ponto fraco da pseudo-vilã: o coração.

No final das contas, Emily impediu Jack de fazer aquilo o que ela também nunca fez: matar alguém e se deixar corromper por completo pelo ódio, mas me chamou a atenção ele ter passado duas temporadas não sabendo quem ela era verdadeiramente, e em dois segundos no calor da emoção ter flashbacks relâmpago da Amanda criança. Assim como previ em reviews anteriores, creio que pra Jack a revelação veio agora, e provavelmente virá para todos no fim da terceira temporada, assim existe a possibilidade da série fechar redondinha numa possível quarta e última temporada.

PS: E o prêmio Paola Bracho de melhor cena de novela mexicana vai para Victoria e sua taça de vinho tinto caindo ao ver seu filho Patrick. Eu só consegui rir daquilo, porque até o slow-motion que usaram foi altamente brega.

PS 2: Não foi corajoso matar Declan, porque era um personagem que mesmo tendo maior peso dramático que outros (Ashley por exemplo) era alguém com quem não conseguimos nos importar muito, então foi triste por ser um personagem completamente inocente, mas nada chocante nem necessário.

Pergunta 1: Charlotte disse para Declan no telefone que estava com Daniel. Como ele sabia que Daniel estava na Global Grayson e foi procurar por ela exatamente lá?

Pergunta 2: Mesmo o apagão tendo durado pouco mais 3 horas, quais foram os verdadeiros estragos por trás dele além de uma possível leve prejudicada na bolsa de valores?

Pergunta 3: Padma? Tava viva? Gravou esse depoimento quando?

Pergunta 4: Se a iniciativa não existia, quem era realmente o homem do cabelo branco?


Pergunta 5: Por que motivo, razão, circunstância Nolan criou um superprograma capaz de apagar as luzes da cidade? Será que ele planejava uma participação em Revolution?

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